domingo, 14 de maio de 2017

Dia das mães

Eu planejei meu filho.
Eu planejei e decidi quando engravidar. Eu sei quando ele foi concebido. E eu soube que estava grávida antes de ver o resultado do exame.

Eu planejei o quarto, eu planejei onde ele nasceria, eu planejei todos os adereços - desde o tecido da almofada do berço (que eu mandei fazer) à lembrancinha da maternidade. Eu planejei a volta ao trabalho e início precoce de sua da vida escolar.

Mas foi isso. Só isso.

Eu não planejei ter hiperemese gravídica (que basicamente é passar mal 24 horas por dia sem parar e que acontece com uma a cada um milhão de mulheres). Eu não planejei ter um filho de 4.220g. Eu não planejei não ter leite suficiente. Eu não planejei ter culpa, ter tantos medos, nem tantas certezas.
Eu não planejei as idas ao médico, nem a dor que seria deixa-lo no berço pra dormir sozinho - já que eu o tinha acostumado a dormir no colo. Também não planejei o tirar da chupeta , nem o desfraldar.
Eu planejava as fotos, mas era surpreendida pelas poses, pelos olhares, pelo choro, a não vontade de tirar foto.

A espontaneidade é "implanejável".

Eu não podia planejar a evolução dele, então eu só pedia a Deus que as principais delas acontecessem em casa, comigo. E claro que nem sempre deu certo.

Eu não planejei ser insegura e nem ser tão leoa.
O não planejar significa ser surpreendida e, olha.. como eu o fui (e ainda sou...)

Eu me surpreendo todos os dias, desde 30/11/2009. Com cada movimento, com cada sorriso, com as tiradas, com o humor, com a inteligência, com a perspicácia, com as instabilidades, com o emocional, com a energia, com as birras, com a manha, com o vocabulário, com as conexões e com as perguntas.

Ser mãe não é fácil e nem é essa felicidade total e plena dos anúncios, das matérias, dos filminhos que viralizam, pq a vida real é tão...real...

Não foi fácil quando eu passava mal, quando a barriga começou a pesar, quando meu leite empedrou, quando ele teve icterícia e ficou internado, quando tive que levar pra tomar a primeira vacina, quando ele ficou internado por pneumonia, quando caiu, quando quebrou o braço, quando tive que deixar de castigo, quando desobedecia, quando não queria tomar o remédio.

Não é fácil quando ele me faz perguntas, cujas respostas que ele quer eu sei quais são, mas infelizmente não posso dar, pelo simples fato de que a vida também é "implanejável".

É isso, filho. A gente planeja até onde dá, o resto a gente entrega pra Deus - é, Esse que eu te ensino que está sempre junto da gente.
E é Nele que eu entrego a minha vida, a minha função de mãe que, às vezes, eu sei, é falha, é errante, mas é de amor.

Eu acredito que Deus, Ele sim, planejou tudinho sobre a nossa vida: eu tinha que ser sua mãe. Você tinha que ser meu filho.

Sendo sua mãe eu aprendo e me reinvento. Eu caio, sim, mas levanto mais forte, pq qdo a gente vira mãe, recebe esse dom.

Eu não planejei suas características - físicas e emocionais, mas, caso pudesse, cada vez mais eu creio que eu te planejaria assim, desse jeitinho.

Por você eu vou até onde nunca imaginei.
Obrigada. Obrigada. Que nossa vida seja assim, real, verdadeira, imperfeita, mas cheia de amor.





segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Pedro faz 6

Meu filho,

No dia que você nasceu eu (re)nasci. Mas acho que antes disso, nós já tínhamos nos escolhido. Eu precisava ser sua mãe. Você precisava ser meu filho.

Eu te ensino e te ajudo. Mas, saiba, que você me ensina e me ajuda o dobro, filho.

Você nasceu para me lembrar que eu tenho que agradecer a Deus todos os dias pela Sua perfeição. Nem um dia sequer posso deixar de agradecer pela sua vida. Não tem um dia, desde que você chegou, que eu deixe de pedir a Ele uma vida longa, bem longa para nós, para podermos nos acompanhar por muito tempo e vivermos juntos muitos momentos.

Me encanta sua inteligência, sua sagacidade, sua facilidade de raciocínio, sua capacidade de lembrar de tudo e de aprender rapidamente tudo o que é apresentado a você. Fico fascinada pelo seu gosto e habilidade para desenhar tudo o que vê - e aquilo que você imagina! É como preencher de cor nossas vidas.

E o que dizer de sua personalidade, que desde de bem novinho já se mostrava?

Tem também suas birras e suas manhas - que eu não gosto nadinha e aí tenho que deixar o coração mole de lado e te fazer viver a experiência das frustrações. Mas, filho, acredite: os limites, os castigos e as broncas de hoje, serão bons para você. Quando você crescer, só o que queremos é que você seja bacana, com você e com os outros. Se você aprender a lição de que ser honesto e correto é item de fábrica, já tá ótimo, pois sua vida tenderá a ser mais íntegra - veja que não estou dizendo que será mais fácil...

Hoje você (me) completa 6 anos. Obrigada por me fazer reinventar, duvidar das minhas certezas, me confrontar com as verdades e derreter com o amor. Obrigada por me amar, assim do seu jeitinho.

Aqui, vendo você (que fugiu da cama e veio deitar pertinho de mim) só me resta continuar agradecendo e pedindo vida longa, pq ainda temos muitas brincadeiras pra inventar, risadas para dar, jogos de futebol para assistir, filmes para ver, músicas para ouvir, aprender e dançar.

Ah, filho, como o mundo é melhor com você...

Feliz aniversário, meu craque!

domingo, 6 de setembro de 2015

O meu filho, o seu, o deles...

Acho que depois do episódio do menino João Hélio (arrastado por bandidos num carro no RJ, em 2007) eu não fico tão mexida com uma história envolvendo crianças.
Ao ver a foto quase angelical, do corpinho de Aylan Kurdi, o menino sírio, meu coração disparou e meu estômago deu um nó. Quando soube que Khaled, seu irmãozinho e Rihana, sua mãe, também morreram, o nó apertou. 
Só o pai se salvou. Ele e sua dor, os sobreviventes.
Esses pais enfrentaram o medo da escolha, o mar, a morte. Devem ter enfrentado o pior dos sentimentos: a impotência. Eles não puderam ajudar aos seus filhos. Eles devem ter olhado seus olhinhos desesperados. Eles devem ter tentado protegê-los. Eles queriam liberdade.
Pensei no meu filho, no seu. 
No desespero dessa família. No mundo que estamos vivendo, construindo, fazendo parte.
Esse drama ganhou destaque internacional, mas e os tantos outros anônimos, que não viraram manchete de jornal...
Quantos Aylans já morreram e ainda vão morrer. Na Síria, no Nordeste, em São Paulo.
Os que morrem de fome, os que não tem um teto ou que morrem de frio. Os que não tem água.
Eu, que quero tanto para o meu filho, penso nos desejos que Rihana e Abdullah tinham para os seus meninos. Concluo que eram mais nobres e genuínos que os meus.
Meu filho nasceu livre, tem casa, tem escola, tem comida, tem quarto quentinho, tem saúde. Tem a nós.
Diz-se que a guerra só acaba para os mortos. Para Aylan, acabou. Para outros tantos ainda há muitas batalhas.
Eu, aqui vendo meu Pedro dormir, sadio e em segurança, choro uma oração e penso no que eu posso fazer para o Aylan mais próximo...



sábado, 6 de julho de 2013

Família internada

Desde terça-feira de madrugada estamos todos internados.
O Pedro está com uma 'bela' pneumonia, como disseram os médicos. Esse é um tipo silencioso e rápido. 2/3 do pulmãozinho dele estavam tomados...Não é algo grave, porém requer acompanhamento de perto, por isso não pode ser tratada em casa.
O início da jornada começou para colocar o acesso na mão, para correr o remédio. Quem já ficou internado sabe que isso dói muito!
Meu coração começou a espatifar ali...
A primeira tentativa não deu certo e quando foram para a outra mão, ele suplicava: "Não! Agulhinha não!!!"
Só Deus sabe a dor que senti.
A impotência de não poder sofrer por ele é lacerante.
Fisicamente ele está muito bem, brincando, falando, fazendo birra, mas a melhora, segundo o raio x ainda foi discreta.
Estamos aqui , tentando transformar o quarto na nossa casa, assistindo milhares de vezes os mesmos desenhos, inventando brincadeiras e seguindo o tratamento.
Ontem à noite, foi necessário trocar o acesso de mão e mais um pedaço do meu coração se foi.
Aos berros e lutando fisicamente para não passar pela dor que ele já conheceu, ele implorava nosso colo, pedia pra não segura-lo e que não queria agulhinha.
Ter que segura-lo, não poder isenta-lo dessa dor e não poder atender ao seu chamado, doeu mais em mim.
Alguns dias são mais fáceis que outros. Às vezes ele colabora para tomar remédio, fazer fisio, outras não. Tem horas que ele cumprimenta as enfermeiras, mas qdo elas estão fazendo algo de 'ruim' ele mostra a língua. Às vezes ele negocia ("hj eu não quero que lava o meu nariz, tá?!"), algumas vezes ele consegue, outras não... A fumacinha (inalação) às vezes é feita na marra e em outras ele mesmo fala que quer ficar de máscara (ela presa sozinha). O apetite inabalável, aqui mostrou-se frágil e haja negociação para comer 5 colheradas.
Se o pai segura para algo doloroso, ele pede a mãe. O contrário também é verdadeiro. E os corações trincam.
A saga não tem sido fácil.
Velando seu sono só me resta rezar para que isso tudo passe rápido, que ele continue sendo corajoso para enfrentar os antibióticos e seus efeitos, as agulhinhas, entenda que a fumacinha não dói, não tenha trauma de hospital e gente de branco e que continue vendo possibilidades divertidas como a cama que sobe e desce ou nas bexigas feitas de luvas, que já viraram galinho chicken little e angry birds.
O importante é que seu pulmãozinho fique 100% pra gente poder correr por aí.
Sofro, choro, mas estou aqui firme (pelo menos na sua frente) pra te (e me) mostrar que, como tudo nessa vida, isso também vai passar.
Ao seu tempo, mas vai.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Que fase, amigo...

Parafraseando o Milton Leite no futebol...
Pedroca com 3 anos e 5 meses. Tá ele é lindo, tem tiradas ótimas e, claro que sempre vai ser dono do meu amor incondicional, mas vou te contar... Ô fase!
Os filhos nos testam desde de bebês e vão sentindo até onde podem ir.
Imagino que pensam eles: se eu choro pra dormir e eles me pegam no colo, vou chorar toda noite; se eu não comer legumes e me derem outra coisa, não como mais; se eu tranco a boca pra tomar remédio e eles não me dão, vou trancar sempre.
Mas, conforme vão crescendo e, com o chip que essa geração (que eu nem sei que letra que é...) tem, a inteligência traz a coisa para um cenário muito mais pensado.
Ele está muito, muito esperto, mas tem se mostrado muito, mas muito birrento.
E quer coisa que mais irrita do que birra? Tô pra ver.
Se não consegue uma coisa na hora, chora. Se continua não conseguindo, se joga no chão.
Gente... Tudo aquilo que vc pensa ao ver a cena de uma criança se jogar no chão, cai por terra quando você "vira" mãe.
Não fazer nada ou fazer alguma coisa já te deixa no patamar de errada. Não tem escapatória.
Poucas vezes isso aconteceu comigo em lugares públicos, mas em todas elas tive vontade de sumir.
Eu tento ser firme, não dar a coisa na hora, converso quando o piti passa, explico tudo, mas me irrito e muito.
Para as que passam por isso: a tecnica do gelo e da ignorada-total é muito boa, quando se consegue fingir que aquilo que não está irritando. O castigo também é bom (1 ano por idade no cantinho), mas potencializa o escândalo (afinal eles tb vão nos testar se os tiramos de lá antes..), por isso há de ser firme e não esmorecer (e não dá pra fazer isso no shopping, por exemplo...).
Para as que já passaram, a pergunta de 1 milhão de dólares: Passa mesmo?
Mas como é coisa de mãe lidar com muitos sentimentos ao mesmo-tempo-agora, claro que depois da bronca, depois de ficar nervosa basta olhar pra carinha da pessoa, vê-lo descobrindo algo novo e falando algo engraçado ameniza tudo e, confesso, dá uma dor no coração 'perder tempo', tão precioso e escasso, dando bronca.
Mas estou aprendendo que não é perder e sim investir a longo prazo.
Ai ai ... Nossa Senhora da Paciência me guie!

quarta-feira, 27 de março de 2013

Do ventre nasce um novo coração

Esse é um verso do, saudoso, Renato Russo e diz muito pra essa coisa de mãe.
Do ventre de toda mãe nasce um novo coração, ou seriam dois?
Depois de apresentarmos ao mundo um novo serzinho, nosso coração nunca mais é o mesmo. O meu não é. Mudou dia 30 de novembro de 2009.
Ali ele começou a bater diferente e até hoje ele, às vezes dói.
Dói de tanto amor. Dói de dúvidas.
A maternidade traz grandes certezas: a de ter que viver muito pra ver tudo o que eu puder; a de querer fazer o melhor pro meu filho; a de saber que, sem pestanejar eu o escolheria em detrimento até a mim mesma. E a maior das certezas: a de querer acertar.
Porém, acertar é tão relativo e abstrato...
Depois de anos, voltei a fazer terapia. Dessa vez com a maturidade de querer me melhorar muito mais do que no passado. Dessa vez com a responsabilidade de mãe. E devo dizer que tem sido transformador.
Tenho me entendido muito mais e tentado ser menos crítica. Tenho tomado a consciência de que não sou (e sequer serei) uma super mulher que pode tudo. Posso muitas coisas. Mas nem tudo poderei. Eu poderei aquilo que estiver no meu limite. Inclusive como mãe.
Os limites que eu imponho. As broncas que eu dou. Os dias em que eu não tenho paciência para aguentar seus "pitis" ou aqueles em que eu me permito deixar de fazer algo que eu julgo importante pra fingir que eu sou o Homem Aranha é o que eu posso dar.
Não adianta eu querer ser mais do que eu posso, do que eu consigo. Tenho que ser eu e só.
Quando você é mãe parece que está implícito que você tem que ser um anjo de candura.
Vida real avisa: não dá. Não 100%.
Quando o Pedro nasceu, meu coração doeu de amor, mas também doeu de dúvidas em vários momentos (até hoje, diga-se de passagem).
Foi assim quando percebi que amamentar, por exemplo, não era lindo como na propaganda de fralda. Quando eu fiquei, secretamente, mal humorada ao acordar de madrugada várias vezes na mesma noite ou quando eu tive muita vontade de ficar sozinha, sem o filhote.
Mãe não é a She-ra.
A gente tem TPM, a gente problemas, a gente tem conta e a gente tem lágrima (ah, essas nunca secam...).
Esse processo de auto conhecimento tem sido muito bem vindo e eu espero que, mesmo com os meus defeitos, minha eventual falta de paciência e meu cansaço ao final de dias cheios, sejam as  minhas escolhas e minha vontade de fazer dele um cara legal as características que façam a diferença.
Que no desenhar da personalidade do meu filho e no processo de auxiliá-lo na construção de sua vida eu possa ser a mãe que ele escolheria, tivesse ele essa possibilidade. 

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Volta às aulas

O clima de volta às aulas já está tomando a nossa casa.
Neste ano, o Pedro vai para outra escola e as novidades não param.
Essa escola é maior, vai até o nono ano, tem duas férias por ano (graças a Deus tenho minha mãe por perto!) e o método de ensino é diferente.
O Pedro está de férias desde o final de dezembro e tem ficado com a vovó. Acho que até já esqueceu como é ir pra escola, então tenho que ficar lembrando-o a todo momento que as férias vão acabar, que ele vai para uma escola nova, vai fazer novos amigos, etc.
Ás vezes ele fica empolgado, outras diz que não quer...
Vamos ver o que o dia D nos reserva...
Para essa nova adaptação, resolvi tirar uns dias para acompanhar, estar presente, ir deixando ficar aos pouquinhos até se acostumar e, claro vou valorizando dia a dia coisas positivas da nova experiência.
Fomos comprar uniforme. Ele ganhou a mala e a mochila dos Carros, que tanto queria e agora estamos às voltas com o material escolar.
E sobre isso, gostaria de compartilhar uma descoberta mega útil: neste ano comprei todo o material pela internet e amei a experiência. Super indico!
A loja virtual é http://www.sualistaescolar.com.br/.
Lá tem até algumas escolas que disponibilizam a lista pra facilitar.
Como a minha não tinha, fui item a item, mas ainda assim foi tranquilo.
Os preços são equivalentes aos mercado,com o benefício de não pegar fila, não ficar sufocada nos corredores repletos de mães, carrinhos (que normalmente não passam nos corredores), crianças chorando pq querem este ou aquele material.
Sossego.
Fiz minha compra sossegada. Os materiais chegaram certinhos e já vem com as etiquetas para vc só ter o trabalho de grudar.
Se tiverem que comprar material, experimente!

Ainda sobre isso, outro achado (que descobri no ano passado) é o site http://grudadoemvoce.com.br/.
Essa fofura de loja vende etiquetas para roupas e material escolar em geral.
As de roupas você passa a ferro, fica lindo e não sai na lavagem (mesmo na máquina).
Todas são à prova d'água e podem até ir no microondas.
Tem etiquetas pequenininhas pra identificar até os lápis.
Tem etiquetas até pra sapatos. Uma graça!
Você pode personalizar com sua cor e ilustração preferidos.

Bom por aqui tá tudo arrumado e lindamente etiquetado, agora é aguardar dia 28 para a criancinha voltar à rotina, começar novas descobertas e muito aprendizado.

Novos nomes entram na minha lista de oração, pois é a cargo dessas professoras que ele vai passar maior parte do seu dia. Então, que Deus permita que elas sejam as melhores possíveis!

Falta só tocar Aquarela do Toquinho pro clima ficar completo!